Cuiabá - MT
Crise hídrica atinge nível crítico no rio Xingu, alerta agência federal sobre escassez hídrica.

ANA emite 5ª declaração sobre situação crítica na bacia do rio Amazonas, afetando a região do Pantanal, e recursos do governo no Sistema Interligado Nacional.
A situação de escassez hídrica na bacia do rio Xingu, que abrange os estados de Mato Grosso e Pará, foi declarada crítica pela ANA (Agência Nacional de Águas) na última segunda-feira (30). Essa região tem enfrentado problemas de abastecimento de água devido à escassez hídrica, o que afeta a vida cotidiana da população local.
A seca e a estiagem têm sido fatores agravantes para a falta d’água na região, tornando a situação ainda mais crítica. A ANA tem trabalhado para encontrar soluções para minimizar os efeitos da escassez hídrica e garantir o abastecimento de água para a população. É fundamental que sejam tomadas medidas urgentes para evitar uma crise ainda maior.
Escassez Hídrica: Uma Realidade Crítica no Brasil
A Agência Nacional de Águas (ANA) declarou, pela quinta vez este ano, a escassez hídrica no rio Xingu, localizado na região de Altamira, no Pará. Essa declaração é resultado da estiagem que afeta a bacia direita do rio Amazonas, considerada uma das mais críticas do país. Além do Xingu, outras bacias, como as dos rios Madeira, Purus e Tapajós, também foram declaradas em situação crítica.
A região do pantanal, banhada pelo rio Paraguai, também foi afetada pela escassez hídrica, que foi declarada em maio. A situação é tão crítica que as grandes hidrelétricas da região Norte, como Belo Monte, Santo Antônio e Jirau, estão operando a menos de 10% de sua capacidade. Essas usinas, conhecidas como ‘a fio d’água’, utilizam turbinas que são movidas pelo fluxo natural da água, o que é afetado pela seca.
Consequências da Escassez Hídrica
A declaração de escassez hídrica visa aumentar o monitoramento dos níveis do rio e propor medidas de mitigação do uso da água junto a órgãos estaduais e municipais. Além disso, permite que empresas de saneamento da região adotem tarifas de contingência para cobrir custos adicionais de operação devido à falta d’água. Esse recurso também facilita a destinação de recursos do governo federal em apoio aos municípios atingidos pela estiagem.
A situação é considerada extraordinária, segundo o superintendente adjunto de Regulação de usos dos Recursos Hídricos da ANA, Patrick Thomas. ‘Isso indica que a situação que estamos vivendo neste momento é uma situação extraordinária’, disse ele durante uma apresentação. A chuva ficou 22% abaixo da média histórica dos últimos 12 meses, e há uma tendência de piora.
Impacto na Geração de Energia
A escassez hídrica afeta a geração de energia no país, pois as hidrelétricas são responsáveis por uma grande parte da produção de energia. O complexo de Belo Monte, por exemplo, é responsável por 11% da geração de energia do Sistema Interligado Nacional (SIN). A seca severa tem feito com que as grandes hidrelétricas da região Norte operem a menos de 10% de sua capacidade.
A ANA também declarou que as vazões naturais do complexo Belo Monte em 2024 têm se apresentado consideravelmente inferiores às observadas em 2023. ‘Atualmente, as vazões observadas são inferiores à vazão de referência utilizada pela ANA para caracterização da disponibilidade hídrica e análise de pedidos de outorgas, com valores próximos aos mínimos do histórico de dados’, disse a agência em nota.
Fonte: @ Folha de São Paulo | UOL