Cuiabá - MT
Incêndios em MT: Conflitos se agravam com incêndios e disputas entre indígenas e governo de Mauro Mendes.

Governador culpa queimadas criminosas em reservas indígenas, mas nega discriminação; povos de MT repudiam declaração, defendendo propriedades privadas e ação política na crise de acesso.
No Mato Grosso, os incêndios florestais intensificaram os conflitos entre o governo de Mauro Mendes (União Brasil) e as comunidades indígenas locais. A disputa pela responsabilização pelas queimadas é apenas um dos pontos de tensão entre as partes, que também travam uma batalha em torno da sanção da lei estadual que libera a pecuária em áreas de preservação do pantanal, uma medida que pode agravar ainda mais os incêndios.
Além disso, a construção da Ferrogrão é outro ponto de discórdia entre o governo e os povos indígenas, que temem que o projeto cause danos irreparáveis ao meio ambiente e às suas terras. O fogo que consome as florestas do Mato Grosso é apenas um dos sintomas de um problema mais profundo, que envolve a disputa por recursos naturais e a falta de respeito pelos direitos dos povos indígenas. A situação é crítica e exige uma solução urgente. A preservação do meio ambiente e a proteção dos direitos indígenas devem ser prioridades.
Incêndios no Pantanal: Governador de Mato Grosso é Questionado sobre Declarações
Em entrevista à Rádio Bandeirantes no dia 12, o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, afirmou que há um alto percentual de queimadas nas reservas indígenas, mas não forneceu dados concretos. Ele mencionou que os casos estão sendo investigados e que há muitas suspeitas. No entanto, não esclareceu quem seriam os responsáveis pelos incêndios.
Em outra entrevista, concedida à TV Bandeirantes no dia 19, Mendes rebateu os dados do Ministério do Meio Ambiente sobre as queimadas. Em julho, a ministra Marina Silva havia afirmado que 85% dos incêndios no Pantanal ocorreram em propriedades privadas. Mendes negou que os proprietários rurais tenham alguma responsabilidade pelos incêndios e sugeriu que há uma ‘ação política’ por trás do fogo criminoso, sem especificar quem seriam os suspeitos.
Reações às Declarações do Governador
Povos de 44 etnias indígenas repudiaram as declarações de Mendes, afirmando que elas são ‘infundadas, cruéis e desonestas’. Eles argumentam que as declarações ignoram a realidade enfrentada pelos povos indígenas de Mato Grosso e deslegitimam sua luta pela proteção da terra e o reconhecimento pela Organização das Nações Unidas (ONU) como guardiões da biodiversidade brasileira.
O governo de Mato Grosso negou qualquer insinuação de responsabilidade ou discriminação por parte de Mendes. No entanto, lideranças indígenas, como Mara Barreto, do povo xavante, relatam que o fogo ainda não foi extinto e atingiu 28 aldeias pertencentes ao território do Xingu. Ela afirma que o enfrentamento das autoridades não demonstrou eficiência, gerando sensação de desamparo e negligência.
Investigação e Consequências
Em julho, o Ministério Público Federal (MPF) notificou o governador para prestar esclarecimentos sobre possível fala discriminatória contra indígenas da etnia boe bororo durante entrevista concedida em janeiro à Rádio Jovem Pan. A situação é considerada grave, pois os incêndios no Pantanal têm causado danos irreparáveis ao meio ambiente e às comunidades indígenas. A crise de acesso à água potável e problemas de saúde, como dificuldades respiratórias, desidratação e diarreia, são apenas alguns dos efeitos colaterais dos incêndios.
Fonte: @ Folha de São Paulo | UOL