Cuiabá - MT
Incêndios no Pantanal: Animais resgatados após nova ameaça em MT, o impacto devastador no meio ambiente.

Instituto Ampara Silvestre, da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, tem Centro de Reabilitação de Animais Silvestres, que já recuperou tamanduá, anta e veado, e aguarda transferência de onça parda, com apoio do Comitê Nacional de Manejo Integrado do Fogo.
Diante da ameaça constante de incêndios na região, a equipe do Instituto Ampara Silvestre decidiu tomar medidas preventivas e evacuar os animais vítimas de queimadas de sua base de cuidados localizada na Transpantaneira, a 104 km de Cuiabá.
A ação foi realizada com o objetivo de proteger os animais que já haviam sofrido com o fogo e garantir sua segurança em um local mais seguro. A equipe do instituto trabalhou incansavelmente para garantir a evacuação dos animais e evitar que eles fossem afetados novamente por um incêndio. A prevenção é a melhor forma de proteger a vida selvagem. Com essa medida, o instituto busca minimizar os riscos e garantir o bem-estar dos animais sob sua responsabilidade.
Resgate de Animais Silvestres em Áreas Atingidas por Incêndio
Imagens mostram o resgate e transporte de animais silvestres, incluindo um tamanduá, uma anta e um veado, que foram transferidos para uma base da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) na transpantaneira. Esses trabalhos são realizados desde segunda-feira (7) por veterinários e voluntários, sob recomendação do comando da fauna do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Além disso, uma onça parda aguarda transferência para um Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras) em Mato Grosso do Sul, previsto para o fim de semana.
O tamanduá foi resgatado de um incêndio com ferimento nas quatro patas, enquanto o veado também foi resgatado de um incêndio, com ferimento nas três patas. Ambos estão em tratamento intensivo, que inclui sedação, limpeza, onoterapia e curativo. A veterinária do Ibama, Marília Gama, explicou que os tratamentos são uma rotina ambulatorial intensa.
Queimadas em Mato Grosso
De janeiro deste ano até agora, o estado registrou 48.049 focos de incêndio, segundo dados do Banco de Dados de queimadas (BD queimadas). Mato Grosso teve 56,34% do território atingido por fogo e foi, novamente, o estado que mais queimou no Brasil, entre os dias 12 e 13 de setembro. Além disso, o estado sofreu com queimadas devastadoras, incluindo um paredão de fogo no Parque Indígena do Xingu, no dia 11 de setembro.
A Defensoria Pública da União (DPU) enviou um ofício ao Comitê Nacional de Manejo Integrado do Fogo e ao Centro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional Federal (Ciman Federal) solicitando ações imediatas para combater os incêndios que devastam terras indígenas em Mato Grosso. Somente em agosto, mais de 1,6 milhão de hectares foram atingidos e devastados pelo fogo, segundo uma análise feita pelo Instituto Centro de Vida (ICV) com base nas pesquisas da Administração Nacional dos Estados Unidos de Aeronáutica e Espaço (Nasa).
Causas dos Incêndios
Segundo a WWF Brasil, o número de focos de incêndio na Amazônia é o maior registrado desde 2004. A instituição reforçou que, apesar do bioma ter apresentado queda no desmatamento nos últimos dois anos, o fogo utilizado para ‘limpar’ as áreas onde a floresta ou a savana foi derrubada continua potencializando a destruição da área. Conforme o último boletim anual do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), a área desmatada na Amazônia foi de 9.064 km² entre agosto de 2022 e julho de 2023, uma queda de 21,8% do total da área desmatada em comparação ao relatório anterior, de agosto de 2021 a julho de 2022.
Fonte: @ G1