Queimadas intensas elevam emissões de carbono em AM, MS e MT a recordes alarmantes.

Queimadas intensas na Amazônia e Pantanal levam Brasil a recorde histórico de emissões de carbono, revela observatório Copernicus.

Beneficiada pela forte seca, o aumento nos incêndios florestais no pantanal e na amazônia provocou um crescimento alarmante nas emissões de carbono nessas áreas nos últimos meses, conforme aponta um recente estudo do observatório Copernicus, da União Europeia. Essas emissões têm sido intensificadas não apenas pelos incêndios, mas também pelas liberações de gases resultantes do descarte inadequado de resíduos. Essas práticas contribuem significativamente para a deterioração da qualidade do ar e do meio ambiente.

Emissões em Alta no Amazonas

O estado do Amazonas, mesmo com dados disponíveis apenas até o dia 3 de setembro, já estabeleceu um novo recorde anual de emissões por incêndios, conforme a série histórica que começou em 2003. Este ano, as emissões atingiram 23,2 megatoneladas de carbono, superando os números do ano anterior, 2022, que registrou 22,7 megatoneladas. Essa situação alarmante reflete a crescente preocupação com as liberações de poluentes na atmosfera.

Impacto no Pantanal

Nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, as emissões também superaram os índices registrados durante o mesmo período nos últimos 21 anos. O pantanal boliviano não ficou imune aos incêndios, que têm gerado um impacto significativo nas liberações de gases nocivos. A três meses do término do ano, as emissões associadas aos incêndios florestais na Bolívia já resultaram em um novo recorde anual, segundo os dados do Copernicus. ‘Com o pico da temporada de incêndios ainda por vir neste mês, os valores de emissões devem aumentar ainda mais’, afirmou Mark Parrington, cientista sênior do CAMS.

Queimadas Intensas na América do Sul

A atual temporada de incêndios na América do Sul foi considerada ‘particularmente notável’, conforme o boletim mais recente da entidade. O documento menciona as queimadas intensas e generalizadas que ocorreram na Bolívia e no Brasil, especialmente na região do pantanal, que abriga a maior área úmida tropical do mundo. Desde os últimos dias de maio, a região tem enfrentado incêndios severos, que se estenderam por grande parte de junho, julho e, principalmente, agosto.

Dados Alarmantes do Inpe

Os dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) ajudam a ilustrar a gravidade da situação das chamas no Brasil. Em agosto, a Amazônia registrou o pior número desde 2005, com 38.266 focos de calor identificados. A plataforma BDQueimadas revelou que o Pará liderou o ranking de focos de incêndio, seguido pelo Amazonas, que também quebrou seu próprio recorde histórico, e por Mato Grosso. Além das emissões de carbono, a fumaça gerada pelos incêndios e seus poluentes, que podem causar sérios problemas à saúde das populações locais, continuam se espalhando, afetando principalmente as regiões Norte e Centro-Oeste.

Consequências para a Saúde Pública

Na quinta-feira (5), o governo do Acre anunciou a suspensão das aulas nas escolas estaduais devido à intensidade da fumaça proveniente dos incêndios. Não há previsão de retorno às atividades nas instituições de ensino, que já haviam interrompido as aulas de educação física ao ar livre em razão da poluição gerada pelas queimadas. O clima seco tem contribuído ainda mais para a propagação desses incêndios, intensificando as emissões de poluentes na atmosfera. Segundo o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), o Brasil enfrenta a pior seca em anos, o que agrava ainda mais a situação.

Fonte: @ Folha de São Paulo | UOL